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Depois de uma pandemia que veio para ficar e continua bastante activa e mortal tendo afetado a vida de biliões de pessoas dadas as exigências de proteção mínima obrigatória e os confinamentos impostos um pouco por todo o mundo, as pessoas parece não terem refletido o suficiente sobre si próprias e sobre o mundo atual e o mundo que querem deixar como herança. Frenético e Irracional são as duas palavras que mais me surgem na classificação dos dias de hoje. Vivemos uma guerra que se está a prolongar, que tem sido mal gerida pelos seus atores principais de parte a parte mas também pelas lideranças dos países (ou agrupamento de países) ocidentais, lideranças essas intelectualmente fracas e incapazes. Se as democracias ocidentais estão doentes ( que o estão ) os remédios serão sempre opcionais, isto é, ou não se trata a doença, ou, tratando-se pela cura, importa que cura se adopta, pois havendo mais do que um tratamento a escolha deverá ser entre o tratamento mais próximo aos valores da liberdade, da tolerância, da solidariedade. Temos os principais líderes das instituições europeias a leste.....A leste do problema e a leste da solução, sendo que a solução está efetivamente a leste. São preocupantes as notícias de que os EUA, auto-baluarte da democracia, da justiça and so on, irá avançar caso a Taiwan venha a sofrer alguma alteração na sua relação (difícil) com a China. De facto, inteligência maior não se esperaria de tamanho país como os EUA numa altura tão sensível para as relações internacionais mundiais e para o futuro do próprio planeta. Sim. Nós todos, humanos e não humanos, podemos acabar com o planeta ( já o estamos a fazer) num piscar de olhos! A guerra é uma realidade, não é ficção. A guerra e, sobretudo, as suas consequências, são uma preocupação ( ou pelo menos deveriam ser) para todos nós. O mundo está a ser atingido por um período inflacionista depois de um crescendo no agravamento das desigualdades sociais em toda a parte. A escalada dos preços tem acompanhado a escalada da guerra, quando a escalada da guerra é tudo o que se pretende evitar. Não existe, em qualquer guerra da História, o cessar de uma guerra sem que haja acordos de paz, ou seja, quando dois territórios se encontram em guerra, ou há acordos de paz, acordo=cedência, ou há uma vitória absoluta de uma parte, e portanto, uma parte consegue atingir os objetivos e propósitos do que originou a guerra ( normalmente tudo o que origina uma guerra é dinheiro, em sentido lato, seja através da conquista de território seja através da conquista de pessoas). Ora a guerra que vivemos tem uma parte de território a ser disputado curiosamente um território bastante rico em matérias primas, e tem também uma parte de pessoas, com um capital intelectual e com qualidades geneticas apelativas que não passa, de todo, indiferente. A queda do muro de Berlim trouxe diversas questões mal resolvidas, desaparecimento de armamento nuclear, xadrez cultural e territorial em todo o leste europeu, dado ter sido um acontecimento não antecipado em todos os seus pormenores. A actual guerra é produto de tudo isso. Importa agora perceber vários pontos: Uma potencial mudança de liderança na Russia, não é necessariamente boa; para a guerra terminar, a Ucrânia tem de ceder e isso não é possível neste momento com o atual líder obcecado que está com a representação do seu papel na série de fição que lhe deu fama; a UE precisa de ponderar e pensar TODOS os passos que está a dar; o resto do mundo existe e pode ser decisivo no conflito, para bem ou para o mal. Na Russia já se nota, apesar da propaganda na nomenclatura da sua ação, um quotidiano diferente, com centros comerciais vazios, relações comerciais quase paradas e esse quotidiano terá o seu efeito no seu território e nas suas políticas. Na UE não se vislumbra, à exceção de Macron, uma unica voz a falar sobre a paz e sobre a necessidade da sua concretização através de acordos o mais depressa possível. A escalada de preços e a escalada da guerra atinge também os "inatingíveis". Os oligarcas russos, matam-se ou morrem, e os multimundiais reunem-se em Davos. Os "Davistas" já perceberam que o progresso económico só se dá em períodos de paz, sabem que a falta de coesão social, os disturbios sociais, revoltas, instabilidade política será maior e mais crescente, tanto quanto for o impacto e duração desta guerra. Os Davistas são uma elite que já percebeu o futuro, que quer o mercado a funcionar, e mercados sem paz não funcionam, ou funcionarão só para alguns ( ganha relevo com a guerra o novo ouro, o ouro dos dados ). Henri Kissinger, o pai da real politik, o homem vivo que mais experiência tem na prática das relações interestaduais, nesse mesmo fórum, já veio dizer ( o mesmo que eu) qual o caminho a seguir. Felizmente alguns acontecimentos têm vindo a orientar os caminhos traçados no sentido de suspender e serenar uma guerra que não se quer que alastre, nem no tempo, nem no espaço, nem nas consequências. Há muitas pessoas a morrer todos os dias. Em cima há uma pandemia a enfrentar. Serenidade, sabedoria, visão de futuro e sobretudo, valores firmes e corretos é o que todos nós precisamos Tudo para tentar eliminar esta ruindade planetária que nos anda a afetar. O que damos é o que recebemos. Temos de dar diferente. A bem do planeta.