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O Japão criou há anos o Ministério da solidão. Não admira. As pessoas estão cada vez mais alienadas, estão cada vez mais sozinhas, independente de estarem casadas ou solteiras. Numa conversa recente, e depois de um episódio passado há minutos, só não reagi porque não posso, por causa da minha saúde ( ou falta dela). Nessa conversa recente falávamos sobre os homens. A minha interlocutora dizia que já havia notado o quanto os homens portugueses são horríveis enquanto me relatava as situações em público que já havia assistido com essas criaturas. Tenho para mim que, salvo raras exceções, os homens não prestam (os portugueses que são os que conheço), Irresponsáveis até aos 40, imaturos até aos 60 e trastes até aos 100. A culpa é de uma sociedade retrógrada, machista e invejosa, toda a sociedade. O homem está longe de perceber (e de querer perceber) o valor da mulher. A maioria sai de casa dos pais, sob o dominio da mãezinha, para se enfiar numa casa com as mesmas mordomias. Contava-me ela também, que uma outra pessoa havia dito para o companheiro que só iria morar com ele, depois de ele ir viver uns tempos sozinho. Ora já se sabe o desfecho....Em termos comparativos fazíamos análise de culturas diferentes e de direitos diferentes. Cá um atraso completo, normal, quem faz as leis são os homens (as mulheres que lá estão é só a fazer figura e ganhar o delas....) e portanto não vão aprovar leis que os desfavorecem. Os poucos homens dignos de assim serem chamados foram aqueles que, em momentos muito pontuais, avaliei o comportamento, o contexto e o histórico e disse para mim: "sim senhora! Isto é um homem!". E não, muito longe das atitudes rudes de brutamontes que por aí pululam, bem pelo contrário. O homem que vive em comunhão não dá conta do exigente exercício que é manter uma casa decente....Uma mulher quando opta por ficar em casa cuidando da casa, do companheiro e dos filhos é uma mulher de muito valor. É uma mulher que abdica de si própria e de construir uma carreira, é uma mulher que trabalha constantemente, é uma mulher que acaba por se tornar frustrada, porque o trabalho que faz é invisível. As refeições diárias caseiras são 4, todas elas exigem: 1) ir às compras comprar o alimento 2) Carregar os sacos das compras 3) Guardar as compras 4) preparar a comida 5) lavar a loiça (lavar a loiça 4 x por dia ou colocar loiça para lavar 4x por dia) 6) arrumar a loiça nos armários. Quando acorda, a mulher 7) abre janelas, 8) levanta estores, 9) sacode lençóis, 10) faz as camas, 11) prepara as roupas do banho, 12) arruma as roupas sujas, 13) lava as roupas sujas, 14) pendura as roupas lavadas, 15) separa as roupas, 16) arruma as roupas. Aí, a mulher, 17) limpa o pó de cada objecto em cada divisão da casa, 18) arruma cada divisão da casa, 19) aspira cada divisão da casa, 20) lava cada divisão da casa, 21) encera cada divisão da casa. Depois 22) leva o saco do lixo para o lixo. Entretanto chega um traste que julga que ela nada fez e que resmunga porque ela não está pelada na cama à espera dele perfumada e hidratada. Quando os filhos existem a coisa complica. Primeiro porque um filho requer 24 horas sobre 24 horas de dedicação, durante 3 anos sendo o primeiro ano o pior de todos.Depois porque há sempre um monte de coisas para carregar. Quem carrega? A escrava da mulher. A mulher deveria receber um salário só por cuidar da casa! Mas não. O homem trata mal a mulher, o homem evita qualquer trabalho físico e, pior, mesmo trabalhos físicos mais pesados fica-se fazendo de idiota, foge de os fazer, finge que não vê, exige, trata mal, diminui, quando não maior parte das vezes, empurra com a barriga...Homem empurra tudo com a barriga. Homem é covarde, homem é preguiçoso, homem é egoísta, homem é machista, homem é desleal, homem é infiel, homem é calhorda! Nunca conheci um homem que eu soubesse que houvesse tomado conta da sua mãe nos últimos anos da sua vida como a mãe tomou conta dele, dando banho, cozinhando e precisando, dando o comer na boca.. Nunca conheci. Sempre achei que, a ter filhos, por favor não fosse um homem, pois são insensíveis, desumanos e egoístas, no fundo, trogloditas. Uma mãe faz por um filho homem o que nunca vi um filho homem fazer pela mãe, retribuir, ter os mesmos cuidados e os mesmos trabalhos. O que a sociedade criou foi no fundo uma domesticação da mulher enquanto escrava ao serviço do homem. Ao serviço em todos os sentidos, no domínio pessoal, no domínio profissional, no dominio afetivo: tudo gira em torno dele e do seu bem-estar. Homem não respeita a vontade sexual da mulher, homem não respeita a vontade geral da mulher. O cavalheirismo, aquilo que antigamente era constituído por uma série de regras, das quais, homem protege a mulher, homem cuida da mulher, homem jamais em tempo algum sequer ousa pensar bater numa mulher, homem carrega qualquer peso para a mulher, homem abre a porta para a mulher, isso, que é o básico, infelizmente, desapareceu. O que há são folgados, violentos (fisica e/ou psicologicamente), irresponsáveis, imaturos, crianças grandes mimadas, que (na teoria de um homem) a ausência de guerra fez fracos e medíocres. Passam a vida nos cafés e bares e estádios de futebol e comezainas e nas gajas...Não possuem responsabilidade afetiva, respeito, maturidade, senso de justiça, sendo de lealdade, senso de coragem, senso de trabalho. Escolhem as mulheres por motivos socio/económicos, quando não são abertamente uns gigolos autênticos. A maioria é arrogante, acha-se superior, especial, intocável, quando no fundo nem interessantes são. Vivem em função deles próprios e das aparências. Muitos são maus, criminosos. São, no fundo, criaturas mediocres, saídas das cavernas da Troglodiândia....Infelizmente o pensamento deles, o sistema, está construído e enraizado com tal intensidade que só nos apercebemos com muita clareza quando ouvimos especialistas falar, de forma a perpetuar o bem estar destas criaturas...Triste....Mas no meio do palheiro (ou do chiqueiro) haverá, certamente, várias agulhas...