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Portugal Inteiro. Portugal não é só Lisboa e Porto. Não há, nem pode haver, cidadãos de primeira categoria e cidadãos de segunda categoria. Pedro apresenta-se a candidato a líder interno e a primeiro ministro com a força das suas convições. É um homem corajoso, determinado, autónomo, independente, convicto, inteligente, e um fazedor. Não fez tudo bem, não concordo com ele em tudo, não faria como ele em tudo, mas vejo-o e sobretudo aprecio, finalmente, um homem de esquerda no partido em que milito. Um homem que nasceu e cresceu sem dificuldades, mas que sabe entender o contexto e a realidade de todos aqueles que se encontraram nas circunstâncias opostas. Pedro sabe bem o que é ser socialista. Pedro conhece a importância de fazer, conhece a importância de lutar por um país igual na sua dimensão territorial, conhece a importância da luta contra as desigualdades. A luta mais importante de todas. A geradora das maiores iniquidades no país e no mundo. Num país tão carecido de tanto e em vias de se extremar precisamos de um líder de combate, daqueles que não desiste nunca, daqueles que não abandona o barco, nem deixa para trás os soldados rasos em campo de batalha. Uma das qualidades que aprecio é o facto de nunca se ter vergado ou entregue ao poder, à lógica do poder, ao modo de comportamento execrável e oportunista que caracteriza o meio em questão. O domínio não deve nunca ser pela hierarquização, mas sempre pela força das convições, pela persuasão e influência. Admito que gostaria de me sentar umas horas longas e fazer de "advogada do diabo" para aprofundar e, até, persuadir o interlocutor em questão sobre diversas temáticas nacionais e internacionais que precisam de urgente tomada de posição. Percebo o risco da radicalização do discurso no meu país. Sinto-o. Não diabolizo. Oiço, analiso, respeito o que tenho a respeitar, critico o que tenho a criticar e sobretudo penso e observo, o mundo, lá fora. É inimaginável a forma como as pessoas pensam de forma tão distinta sobre problemas tão concretos lá fora, no mundo, nas outras culturas, nas outras geografias do mundo. Muitos portugueses atribuem uma culpa exclusiva a este partido do sistema como o grande mal da falta de crescimento económico do país. Tivemos uma ditadura de 50 anos. O país era totalmente analfabeto, pobre e rural. Depois seguiram-se 5 décadas de democracia. Sim, a democracia tem tanta idade quanto teve a ditadura. A ditadura surgiu pelo mesmo motivo pelas quais os governos não se entendiam: contas públicas. Ora após um louco ter matado o rei, a 1a republica pautou-se por uma total desorganização enquanto entidade colectiva, levando a que tivesse havido tantos governos quantos os anos da sua duração. A primeira guerra mundial não perdoou. Desestabilizou ainda mais o que já estava desestabilizado. No fundo aconteceu-nos o mesmo que aconteceu a outros países muitas décadas mais tarde. Quando um país sai de uma ditadura longa não existem instituições que tomem conta da legalidade das mesmas e da legitimação de um poder político. Os mais próximos, que normalmente são muitos, querem todos tomar o lugar do deposto, rei ou ditador....O povo, esse, nunca entra na equação....Até à normalização passam-se por vezes décadas, ou, também habitual, contra-poderes e novos poderes absolutos, vestidos com roupagens diferentes. O povo nunca interessa para nada....Cabe, por isso, ao povo, tomar as rédeas da coisa, agarrar o toiro pelos cornos, sob pena de virar de sistema mas não conseguir mudar o sistema...Com as novas tecnologias, com a circulação cada vez maior da informação, com a futura agregação de dados e de informações, os cidadãos ou passam a ser apenas mais um número dentro do sistema em que vivem e das quais não têm a mínima chance de mudar (pois nem ele impacta as suas vidas uma vez que se comporta como reinados eleitos e suas cortes famintas, e portanto, para tal, cobra imposto, a receita do Estado, a unica coisa certa na vida para além da morte, como diz a expressão), ou então empoderam-se, educam-se, exigem mais e melhor, mais transparência, mais informação, mais elementos concretos dos destinos que os seus representantes fazem do seu dinheiro e dos compromissos e contratos que assumem para o futuro, inaugurando, desta feita, um novo contrato social, moderno, pragmático, transparente, democrático, justo... Acredito numa esquerda que pode mudar o mundo, pode mudar o país e pode mudar as vidas de todos e de cada um de nós, de dar um propósito consciente, concreto e não imposto. Acredito que todos devemos ter consciência e exercer os nossos direitos e nunca mas nunca esquecer os nossos deveres, para connosco, para com a comunidade, a do nosso pequeno mundo e a do mundo grande, inteiro. Quantas mais vidas impactarmos positivamente mais impacto positivo sentiremos connosco próprios. Para isso, e tão bem sublinhado e realçado no discurso de hoje, as mulheres, o seu papel no mundo, o seu propósito é fazer parte da solução. Faço mea culpa colectiva pois uma parte das mulheres se comporta e é educada a não focar em si própria, a não fazer tudo o que estiver ao seu alcance para se melhorar, progredir e trabalhar, continuando a ser transmitida a ideia de ser inferior, ser incapaz, ser que procura o outro género por dinheiro e o prende da forma mais vil e ridícula do mundo, mesmo quando envolve sentimentos, porque nisso, nós mulheres somos mais frágeis, e somos também mais frágeis para além do sentir, também no ser, na biologia, na falta de força muscular, o que levou a esta perpetuação eterna do domínio do feminino pelo masculino ....Sou pela igualdade de géneros, pela igualdade de tratar o igual por igual e o diferente como diferente. Sou por um mundo melhor, um Portugal melhor, um Portugal Inteiro!