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Utopias Concretizaveis

Utopias Concretizáveis é um espaço em busca de um mundo melhor, através dos sentidos, sentimentos e pensamentos da autora, nas suas reflexões intimistas e, quiçá, inspiradoras, marcadamente politizadas.

Utopias Concretizaveis

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28
Mar25

Multidões silenciosas

rushing-1024x481.jpg.O  mundo actual encontra-se mais frenético, as pessoas mais afastadas e distantes umas das outras ainda que aparentem mais próximas, seja pela proximidade física, seja pelas redes sociais e interações digitais. Uma parte significativa dos países viu as suas democracias fragmentadas e outra parte significativa dos países viu as suas democracias bastante mais dualitárias, dependendo dos contextos, dos sistemas políticos e dos regimes políticos....As ditaduras continuam sendo-o.....Ditaduras....Todo o poder ter denominadores comuns, e isto é també verdade para os poderes ou para o poder político. Na minha humilde opinião vivemos, em particular em Portugal que é o contexto que conheço, a ascensão de uma nova "classe" social: a classe que pertence a uma multidão que se manifesta pela ausência de manifestação, isto é, uma massa enorme de pessoas descontentes com a sociedade, com o sistema político, mas que, confrontada com o seu pequeno e exclusivo poder, o do voto, não sabe o que lhe há-de fazer. Simplesmente porque olha para o panorâma político e não vê opções, não vê nada nem ninguém com que se identifique. Descrente, percebeu-se numa espécie de cleptocracia, ou, pelo menos, numa escolha política potencial, sem grande afirmação de vontade, identificação pessoal, ou o tão necessário e desejável posicionamento. Há uma grande massa de pessoas, há uma multidão silenciosa que se desencantou, que se perdeu, que se manifestou na vontade de não ter vontade em escolher. A existência de, a mês e meio de uma eleição, haver mais de 40% de eleitores que não sabe onde irá votar é sintomático de uma sociedade que encontra-se num dilema, num beco sem saída. O constante e cada vez maior escrutínio público é uma necessidade que não pode nunca ser visto como uma entropia do sistema, mas tão somente com a necessidade de uma maior exigência à classe política e aos seus representantes (do povo) de rectidão moral e comportamental. A existência de um partido político cuja única nota na agenda é o combate à corrupção é, tão somente, o dado justificativo da necessidade (e da consequente aprovação e legitimidade dada pelo povo) de escolha e recrutamento político, em todo o espectro político, dos melhores, e dos melhores tecnicamente, mas também, e para além disso, dos melhores e mais ponderados e equilibrados seres humanos. Estas multidões silenciosas quedam-se no silêncio da exigência pela escolha do menos mau e pela dor que essa falta de escolha representa. Não é só cá. As multidões silenciosas levantam-se nas democracias actuais face a várias variáveis, como a intensidade noticiosa, o maior, mais rápido e mais eficaz escrutinio, o funcionamento interno do sistema e o próprio agravamento dos problemas económico sociais acentuando-se intensivamente nesta última década um pouco por todo o mundo, ou seja, o próprio bloqueio e não resolução das legítimas e básicas aspirações das pessoas, dessa grande massa que compõe estas multidões silenciosas, dispersas pelos países democráticos (mais silenciosas serão, obviamente, nos países ditatoriais, sendo parte integrante, por natureza, destes mesmos). Acabamos por estar assim com um denominador comum às ditaduras: a impotência individual e o silenciamento interior, ainda que, e muito felizmente, vivamos em sociedades com liberdade de expressão manifesta e que o podemos fazer, quotidianamente, nos meios digitais e nas redes sociais, sem qualquer motivo de apreensão ou medo. Isto é, se há algo que podemos agradecer às democracias é o facto de podermos sempre mudar o curso da História quando deixarmos de ser multidões silenciosas. Estou grata poder escrever aqui, quando quero, dizer as barbaridades que quiser sem qualquer medo ou pudor. Ainda que escrever nas redes sociais ou espaços virtuais dê às pessoas uma falsa sensação de relevância, tomo para mim apenas, o gosto pela escrita, num local prático e organizado. E por isso, em democracia todos nos expressamos.....até a abstenção eleitoral é uma forma de expressão pessoal, mas não é a minha forma, nem a minha forma de ver o mundo. Obviamente, nas multidões silenciosas possamos encontrar dois tipos de pessoas: sob o ponto de vista negativo, ou seja, no sentido em que rejeitam toda e qualquer proposta política, de qualquer quadrante político, de qualquer partido político, eu, pelo menos (enquanto não fundar um partido progressista que tenha como foco tirar o país da pobreza sistémica), confesso que estou no grupo dos tipos de pessoas sob o ponto de vista positivo, isto é, vejo em todos, em toda a "oferta de mercado" propostas, projectos, causas, que me parecem fundamentais e com as quais me identifico. O problema está mesmo no agregar dessas causas, dessas propostas, e talvez seja esta, também, uma das causas (passo pleonasmo de homoninimidade) pelas quais estas multidões silenciosas, estas massas estejam dispersas e cada vez maiores. PS: nestas eleições, na minha humilde opinião, o resultado vai valer muito pouco, pois o verdadeiro embate e a verdadeira instabilidade não vai vir agora, mas com a exigência de fazer passar um Orçamento de Estado para 2026. Adivinhem o posicionamento dos partidos. Pois é.....Nunca digas nunca....ou até que a morte nos separe....não é sim....

25
Mar25

Nós - Dolo ou Negligência???

tugas.png Juro que não é maldade minha!!! Sensibilidade talvez, espirito crítico .....muito....Desde sempre, apesar disso não me incomodar obviamente, ou, pelo menos a parte superficial e exterior, e generalizando mas sempre com a consciência de que o território é vasto e distinto e evoluiu muito no último século, verdade é que ( e a verdade dói, até a mim e contra mim falo): os portugueses são como as suas casas: feios por fora e feios por dentro. Ao que se possa parecer não se trata exclusivamente de uma questão estética ainda que também me refira a ela. Vai mesmo muito mais para além dessa subjectiva, ou objectiva, avaliação. Ninguém tem culpa de nascer feio, eu própria não fui bafejada pela beleza, mas em Portugal homens e mulheres, principalmente os homens (porque as mulheres são, infelizmente, formatadas ao oposto) são feios. São feios e nada fazem para, por um lado, esteticamente, contrariar ou atenuar esses traços externos e por outro compensar esse esteticismo negativo com uma riqueza interior maior. Não acontece. A cultura portuguesa é uma cultura preponderantemente machista e só isso basta para colocar os homens portugueses no grau de "feios" por dentro....Não são pessoas ambiciosas, não são pessoas lutadoras, são pessoas conformadas e que pouco pretendem evoluir no conhecimento e no auto-conhecimento...E isso leva ao seguinte: os portugueses são feios uns com os outros...Isso nota-se nas relações humanas que têm uns com os outros, seja nas relações entre estranhos, seja entre amigos, seja entre familia....Familia, como se familia fosse viver debaixo do mesmo tecto...A péssima qualidade das relações humanas dos portugueses é algo que eles nem se apercebem, porque é uma bolha, afinal, não conhecem outra coisa...As "familias" e as suas relações são medíocres. As pessoas não conhecem outra coisa para além da mediocridade de um país fechado ao mundo, sem novas ideias. As suas casas igual....São feias por fora e extremamente feias por dentro....São disfuncionais, tais como os próprios portugueses e as suas relações....A bolha da disfuncionalidade é uma bolha que não ataca todo o mundo....Juro que estas considerações não são maldade. São vistas de fora. Porque também me vejo por dentro acredito que me digam que a feia sou eu, por pôr a nu uma verdade que nunca poderia ser dita....Ou escrita....Nós somos assim. Uma parte das pessoas, na selva da sobrevivencia (e/ou da ganância, outra causa da feieza) que agora vivemos, tem consciência e, por isso, culpa, ou dolo, intenção, na sua feieza. Porém a vasta maioria das pessoas (e das suas casas) encontra-se em estado de negligência. É dificil. É dificil alcançar a beleza exterior....tal como é difícil alcançar a beleza interior, pois esta, ao contrário do que possa parecer relativamente à primeira, esta pode-nos cegar, de alguma forma. O balanço e o equilíbrio, a sabedoria e a serenidade são factores que se tentam (e só se conseguem) alcançar mediante determinadas condições. A beleza interior, aluz interior advém zero da beleza exterior e 100 do comportamento, do nível de auto-desenvolvimento, da alegria, da empatia, da doação e das prazerosas relações humanas de verdadeira qualidade, assentes na realidade, na sinceridade, na bondade, na disponibilidade, na amizade, no altruísmo. Já as casas......As casas são disfuncionais e feias...As pessoas, tal como não têm o hábito de cuidar de si próprias, também não têm o hábito (ou preocupação) de cuidar dos seus espaços....É normal.....Ninguém vê....Num país de invejas e aparências estranho é (ou não) que a feieza domine, até porque nada disso deveria ser pelos e por causa dos outros, mas sim, sempre por nós próprios. O caminho lentamente vai dando lugar a pessoas mais bonitas, relações humanas mais bonitas e casas mais bonitas. Não, não é futilidade. Não, esta crónica não é sobre pessoas bonitas....é sobre pessoas que se querem muito mais do que bonitas...bonitas e sempre cada vez mais bonitas, por fora, mas sobretudo por dentro, e entre, durante, aquando, as suas (sempre necessárias) inter-relações humanas.....Falta-nos.....atenção......e.....intenção.

25
Mar25

Choque frontal

 

3c94c3b3313c74563678e5abcecdf2ab.jpg.

Imaginemos que a imagem representa uma grande empresa para a qual acabámos de entrar e conhecer por dentro. Primeiras impressões......A empresa é grande, aparentemente muito grande....Entramos....Assinamos o contrato....Relutantes....Assinamos....Havia muitas pessoas a assinar contratos....reparamos no comportamento de muitas delas....no atrio vários rostos invisíveis de trabalhadores....em pausa...à conversa....a fumar.. a beber café....rostos que se prolongam no tempo....dado o tempo que confraternizam....não parece habitual, afinal, não é a minha experincia....Novas experiências.....todas elas serão novas experiências.....Voltamos no dia seguinte para começar a trabalhar, como em qualquer outra empresa....Esta é especial....é diferente.....logo no primeiro dia....não nos foi apresentado ninguém, apenas representantes do patrão, inacessíveis e inalcançáveis...Quando nos indicam o nosso lugar dentro do novo local de trabalho passamos fisicamento por várias salas de ambos os lados do corredor, com portas fechadas, cujo tamanho só a imaginação alcança......dão-nos o trabalho.....mas não nos explicam como o fazer....não há formação, não há procedimentos operacionais padrão, não há códigos de conduta, não há nada....chegam as 5 da tarde vamos todos embora para casa descansar de algo..... no dia seguinte voltamos...chegámos muito atrasados..um contratempo.....tentámos avisar mas ninguém atendia os telefones..chegámos..ninguém disse nada...entretanto observamos um homem...com o braço por cima de um rapaz enquanto lhe diz: "vens trabalhar para aqui....aqui é uma maravilha....damos-te tudo!!! Só tens que te portar bem!!"....várias vezes ao dia, vários homens diferentes a colocarem a mão no ombro a vários rapazes dizendo-lhes o mesmo.... e eles lá entravam, para dentro das portas mágicas....as portas dos outros departamentos....um dia assim, outro dia assim...Tentámos saber quem eram os responsáveis dos outros departamentos...afinal numa empresa trabalhamos todos para o mesmo fim....percebemos que não conseguiamos contactar os outros...cada um fazia uma coisa....até que......descobrimos que não....nós estávamos a fazer algo que outro departamento iria fazer....não exactamente a mesma coisa....mas com muito pouca diferença, só no objectivo...a extensa análise documental era precisamente a mesma....mas....e porquê? faz sentido uma empresa pagar a funcionários de departamentos diferentes para fazerem a mesma coisa? Não questionamos.....não há reuniões periódicas....com chefes ou departamentos...continuamos a fazer o nosso trabalho.....entretanto alguém nos sopra ao ouvido que há mais de 15 anos o departamento ao lado do nosso, que faz o nosso trabalho em duplicado, não nos dá acesso a uma parte da base informática deles para fazermos, com um ganho exponencial de produtividade e redução brutal de custos para fazermos bem o nosso trabalho?....estranhamos....começamos a pensar....bem, as contas da empresa devem andar boas....há tanto tempo com esta ineficiencia, duplicação de procedimentos, funcionários a entrar em departamentos que não conhecemos, as contas da empresa não conhecemos, não sabemos como gera lucro, como não vai, sequer, à falência....pensamos, o departamento financeiro deve ter tudo sobre controlo.....entretanto, durante as longas pausas que a maioria faz, nos corredores, no atrio, fora do edificio e mesmo nos lugares de trabalho em si, vamos conhecendo um ou outro, um deles o responsável do departamento informático..., departamento de muito poucas pessoas....homem.....confessa-nos que a sua formação era em engenharia eletrotecnica, só com o primeiro ano tirado, nos idos anos de 1968...o senhor, idoso já, confessa-se: "estou aqui desde quase o inicio da empresa...não conheço muita gente ainda assim...nos anos 70 ainda me esforcei um pouco para fazer e perceber o escopo da empresa e o objectivo do patrão, mas ele, sempre me pagou ainda que muito mal.....mas eu sabia!!....eu sabia que quando ele me convidou ele ia honrar a palavra dele e que eu ficaria aqui o tempo que quisesse...e fui ficando, afinal, está-se aqui tão bem!!!! De informática não percebo nada, só sabia alguma coisa nos finais dos anos 70 e inicios dos anos 80 com o MS-DOS....depois não me apeteceu perceber mais sobre isto...às coisas às vezes funcionam muito mal mas o patrão não se preocupa com o dinheiro....o dinheiro há sempre....diz ele....não sei onde o vai buscar....mas há....e hás vezes há muito dinheiro...fala-se que vai para outros "funcionários"......"...percebemos uma parte da conversa...soubemos que houve vários problemas com a empresa por causa da concorrência, afinal, cada um trabalhava pouco, mal, sem evolução, sem orientação, sem propósito comum, sem contacto com outros departamentos.....falharam-se ao longo da história da empresa a entrega de produtos fundamentais para a vida das pessoas.....estávamos numa empresa farmacêutica de remédios de que toda a gente necessitava, constantemente....e às vezes não havia no mercado.....porque não os fabricávamos....e pessoas morriam, porque não havia mais ninguém a fazer o que fazíamos......ficou explicado, com a informação que nos foi chegando ao longo de um mês...quantas milhares de vidas morreram, o porquê de um sistema informático de inicios da década de 90, e as costas voltadas à décadas de departamentos dentro da mesma empresa, o dinheiro literalmente queimado, os funcionários a entrar a rodos....porque afinal, afinal, não era uma empresa.......era e é o Estado.....É a descrição de como funciona o Estado Português e, para mim, que sempre trabalhei no privado, confesso que esta realidade foi, com muita tristeza minha, um novo e grande choque frontal. É muito triste....Pagam os portugueses....(com as suas vidas)...Assim não vamos lá....

16
Mar25

Zé Povinho

Ilustração da figura do Zé Povinho de Rafael Bo.

A democracia faz-se com o Zé Povinho. Português típico, pobre e analfabeto, a forma como Bordalo nos caricaturou não diferiu muito de século para século. Visto de fora Portugal continua um Estado medieval onde ninguém sabe fazer nada, quer dizer, o povo trabalha muuuuuuiiiitooooo, mas, de valor acrescentado não faz nada....Somos poucos, também....Aqui ao lado, são mais, mais bonitos, e fazem tanto como nós....França faz sumo de uva, diz que custa 5K e manda exportar, a Suiça idem, com os relógios, acrescentando um ou dois zeros, e só a Alemanha sabe o que faz, produz valor acrescentado, tem desenvolvimento, tem pensamento, tem aprendizado, tem mais valia....A Alemanha e os idos bifes.....mas esses foram....A Europa empobrece, empobrece na sua capacidade de responder a grandes blocos de desenvolvimento e progresso e portentos demográficos onde a juventude é, naturalmente, a fonte da inovação e da criatividade. Creio que hoje saiu uma notícia de um país nórdico europeu que fez uma descoberta de um elemento químico qualquer que daria para explorar e permitir a produção de energia em vários milhões de anos, com riscos claro, mas tudo tem os seus riscos....Num momento em que a Rússia põe a coesão europeia à prova e em que o mundo se encontra instável nos marcadores tradicionais de estabilidade, num mundo frenéticamente darwiniano e altamente poluído, esta pode ser uma notícia de viragem, que, mais uma vez passou despercebida por todos....(porque a TV é só lixo, cada vez mais e maior....). Dada a minha atividade profissional e uma vez enquanto estudante uma amiga estrangeira me comentou: "Portugal tem poucas pessoas." Pois tem. Tenho viajado pelo país e tenho trabalhado com estrangeiros de todo o mundo e chego à conclusão que sim, que cabe em Portugal à vontade, 3, 4, 5 milhões mais.....Com toda uma área costeira por desenvolver e todo um interior para (re)-povoar: voltar a fazer de Portugal um país agrícola e industrial mas apostando nos sectores de ponta destas áreas, ao mesmo tempo que apostaria em industrias de escalabilidade mundial. É possível. Basta sonhar. Confesso que joguei em míuda muito Sim City....Construía casas e depois bairros, aldeias, vilas e cidades portentosas, claro com o truque de descer os impostos em janeiro e aumentá-los em dezembro para evitar os tumultos sociais, mas dava-me imenso gozo o jogo. Mas a vida não é um jogo de computador. Geograficamente sim é possível meter mais 5 milhões de estrangeiros em Portugal. Se é desejável? depende do ponto de vista. Na tramitação e análise processual que me chega às mãos, infelizmente estamos a "importar" pessoas da américa do Sul e dos Indohistões cuja escolaridade é a básica maioritariamente, e a secundária noutra fatia de imigração. Ou seja, estamos a importar pobres que nada sabem fazer para um país de pobres que nada sabe fazer. Os Zé pobres, ou Zés povinhos....Quando a Russia invadiu a Ucrania pensei "entreguem ao gajo o que ele pede agora"....Se Espanha nos invadisse não me importaria....passava a falar espanhol, mas haveria uma subida generalizada dos salários mínimo e médio...Será que seria assim tão mau? É assim tão dificil para o poder político tomar decisões acertadas? Ou então, entramos no discurso da produtividade, que os liberais tanto gostam e abolimos, em Portugal e na Europa, o salário mínimo nacional! Assim os patrões pagam o que quiserem, o que resultar individualmente da negociação entre ele e o trabalhador, sem o patronato achar que é um favor pagar o salário mínimo. A liberalização total do espaço europeu....(que se calhar é o que faz falta!). Ou então vamos pela germanização da Europa, algo que me agradaria em parte, não obstante termos uma ex-ministra da defesa alemã que só fez bosta e ainda assim foi promovida a chefe da instituição europeia mais importante e poderosa. De facto, com esta idade pergunto-me como é que muitas vezes são os incompetentes que são promovidos...(No caso incompetente para não afirmar outra coisa, pois os contratos das covids nunca apareceram)....Bem, as respostas também as sabemos.....O Zé Povinho gosta de sumo de uva, estar sossegado a usufruir das boas coisas que o país tem (comida, sol e praia) e tem muito muito muito medo da mudança, medo dos outros, medo de ser arrojado, visionário, correr riscos, contenta-se, infelizmente, e nem isso, com um "toma!". É pena....

15
Mar25

Portugal Fracassado- Parte IV

pt.jpg.

No meu país. 

No meu país 3,5 milhões de pessoas ganham, brutos, entre 800 a 1.000 euros mensais. No meu país, envelhecido, esse número será bem mais baixo na classe dos reformados, outros 3 milhões. No meu país de pobres e burgueses ou pobres burgueses, ou burgueses pobres, não há futuro. É pena.  Cerca de 6 mil euros/ano esvaem-se em impostos. Esta receita fiscal é tudo menos bem empregue. Serve apenas para benefício de uma pequena "elite" de corruptos, para despezismo de erradas tomadas de decisão, nestes 50 anos de democracia portuguesa. Em 50 anos melhorámos enquanto colectividade, o país fez um esforço de modernização, mas contam-se por dedos de uma mão os políticos honestos, e pela outra mão os políticos visionários. Um mundo de homens, dentro e fora de Portugal, parece ser o denominador comum para o atraso, em todos os sentidos, da classe de humanóides. Portugal é um país que não oferece dignidade a quem nele vive (exceptuando os novos "ricos" imigrantes e meia duzia de proprietários e industriais). Construir riqueza em Portugal é extremamente difícil. O país não está virado para aí. Fomos o primeiro país que aboliu a escravatura, somos o país que continua campeão, em pleno século XXI, nessa mesma escravatura. Só não se chama escravatura....Chama-se pobreza. Tal como o sistema politico não se chama cleptocracia, mas sim sistema parlamentar semi-presidencialista. Neste sistema para lamentar que é semi-presidencialista fomos capazes de eleger o mais narcisista e mitómano de todos os portugueses, envolvido que está na personagem teatral que criou, que de si se apoderou, tendo ficado para trás a fronteira entre quem é quem no seu eu interno. Quem é? A classe política e a forma de recrutamento político não assenta na escolha dos melhores, longe disso. Acabámos por normalizar a mediocridade, por normalizar a corrupção, por normalizar a pobreza, por normalizar tudo aquilo que não nos permite sermos dignos no nosso país, termos dignidade no nosso país, termos saúde, termos habitação, termos trabalho. Este país tornou-se uma piada. Infelizmente uma piada de mau gosto. E vai piorar. Com a União Europeia a que pertencemos a exigir (bem ou mal) uma contribuição para a Defesa comum de 5% do PIB de cada Estado membro, o que vai ser de nós? Não nos sóubémos governar nem com os triliões de fundos que vieram da UE, como nos vamos governar com a nossa dívida e a termos de contribuir 5% para a defesa europeia???!!! Nem para 2% temos dinheiro!!! Portugal é um país que bem reflecte na prática a história do triunfo dos porcos de George Orwell, ou da Porca de Bordalo. A solução não está no símbolo do Zé Povinho, ainda que fosse esse o necessário colectivamente para mudar o país e o seu funcionamento. Esse gesto e mais muito mais....Mas o que não fica bem porque temos de combater com elegância o estado a que chegámos faz-nos reportar para a construção sábia de exigência com nós próprios e muito mas mesmo muito pensamento racional e sentido crítico. Afinal, saímos da Idade média para vivermos na idade dos media, temos de saber deixar as trevas para trás e lutar por um país melhor e um mundo melhor, procurando perceber porque tantos fenómenos de descontentamente surgem ao redor do mundo. O colapso das democracias só se dará se todos pararmos de lutar, se todos atávicamente nos percebermos conformados....Conformados com a nossa vida....Enquanto os porcos brindam com champagne ao seu próprio triunfo...Até quando???Portugal necessita de um regime político e de um sistema político diferente, bem como um povo mais inconformado, mais exigente, mais crítico, mais.....inteligente.....

02
Mar25

2025 - Odisseia no mundo

sociedade_atual_2.jpg.

O mundo está do avesso, igual e diferente, avançou e retrocedeu, tudo com novas personagens e as mesmas de sempre, porque há 8 biliões que muito lentamente mudarão, enquanto uns nascem, outros falecem, tendo nós assim uma janela grande (ou não) de comungarmos as mesmas vivências mundiais e igualmente, semelhantes vivências pessoais decorrentes da natureza humana. Olho pela janela. Do meu mundo vejo um país igual ou, pelo menos, semelhante, às duas ultimas décadas, e, até, aos dois últimos séculos. Um país onde as apostas económicas são apostas de perpetuação de pobreza, onde as apostas políticas continuam a ser apostas sem escolha, em elites e indivíduos com agendas próprias bem vincadas que estão verdadeiramente pouco se lixando para o bem comum, onde a normalização de comportamentos ilegítimos, imorais, e criminosos se tornou a regra. A proliferação do sector económico do turismo, de empresas xupistas de financiamento europeu para formação das pessoas (que apresentam trabalho de duvidoso "bom gosto", duvidosa relevância, duvidosa utilidade), é alarmante, é deprimente, é absurdo. Da minha janela vejo este país tomado por gente medíocre, mediocre intelectualmente, medíocre comportamentalmente, onde o machismo impera, o homem reina, e os valores......há quem diga que a cultura portuguesa são as leis de Portugal....Antes fossem...Viveríamos num país melhor, com igualdade de género, com uma justiça justa, célere, e eficaz.....quem nos dera. Infelizmente para muita coisa a cultura do país é muito má, atávica, provinciana, conservadora, inerte, egoísta, invejosa, mesquinha, ridicula até. O sentido patriarcal do beija mão ascentente é infeliz, é atrasado, é castrador. Da janela vejo este país. Na tela vejo o mundo, que, diga-se, não está muito melhor. De duas guerras estupidas assitimos à mostra dos bastiadores da política em regime live and direct, ao vivo e a cores, como se do big brother se tratasse, o big brother dos donos do poder, um big brother de minutos, num plano onde tudo é opaco, tudo é negócio, tudo é porco, ilegítimo, criminoso,....Passados 40 anos o país e o mundo continuam, infelizmente, (com mais ou menos tecnologia) iguais. É uma odisseia sobreviver. É uma odisseia sobreviver com sanidade mental, com lucidez, com valores, com saúde, com tantas contrariedades, geográficas, profissionais, pessoais, íntimas, porque é o nosso íntimo que nos faz ter presente que o maior presente que temos é mesmo o presente. 2025 é uma odisseia, como o têm sido todos os anos passados. Que o mundo vertiginoso em que vivemos desacelere e abrace a sabedoria do silêncio e a tranquilidade do ser.

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