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Utopias Concretizaveis

Utopias Concretizáveis é um espaço em busca de um mundo melhor, através dos sentidos, sentimentos e pensamentos da autora, nas suas reflexões intimistas e, quiçá, inspiradoras, marcadamente politizadas.

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12
Dez23

Energia e Clima

cleantech.jpegChega ao fim a COP28. Lembro de ser miúda e comprar uma revista feminina e ler de fio a pavio a revista na qual uma das reportagens era sobre a cimeira Rio 92. A cimeira Rio 92 alertava para a importância de cuidar da proteção do ambiente, de promover economias e comunidades sustentáveis e de possibilitar o aproveitamento de novas energias renováveis que davam os primeiros passos, em detrimento das energias poluentes que tão rápido começaram a fazer-se sentir. Ora, desde a primeira revolução industrial no século XVIII, com a utilização de industrias as carvão, na Inglaterrra, sobretudo (que fez com que o país se tivesse rapidamente tornado a grande potência mundial, à epoca) que o homem passou a poluir o mundo desmesuradamente e sem conhecimento directo (não tão desconhecido assim, pois bastava respirar nesses ambientes e cidades altamente industrializadas e escuras, tão bem descritas pelo seu realismo por Charles Dickens e outros) dos efeitos da poluição no planeta, no meio ambiente e nas pessoas. Efetivamente, desde 1992 e 2024 muita coisa aconteceu......ou não. O mundo ficou mais poluído, mas também, neste período, a política de implementação de utilização de energias não poluentes bem como o papel de políticas públicas de cuidado com os resíduos poluentes foi nascendo, crescendo e desenvolvendo-se cada vez mais. Recordo que a par deste pontual acontecimento, e, dadas as minhas circunstâncias pessoais, adquiri uma sensibilidade precoce e maior à necessidade de adoção de comportamentos individuais que fossem diferenciadores, pela positiva, no ambiente, como a necessidade de passar a reciclar tudo o que tinha em casa, fruto de muitas horas de visualização da Euronews que me preenchia as tardes de suposto estudo, mostrando o seu pendor mais germânico e demonstrava o claro avanço deles nesta temática em detrimento de outros Estados da CEE, como Portugal. A par da crescente poluição, seja pelo brutal aumento populacional, seja pelo aumento de produção de bens em massa em quantidades muito muito superiores há 30 ou 40 anos, seja pelo encurtamento de distâncias e uso muito mais frequente e maior de todo o tipo de transportes, seja pelo aparecimento de novas industrias, novas tecnologias e com elas novas necessidades, seja tão só pela nossa alimentação, o planeta está pior. Muito pior. A um nível alarmantemente pior. O actual Secretário Geral das Nações Unidas, o português António Guterres afirmou mesmo este ano que nos encontramos no estado de ebulição. Como a água, aquecemos tanto, o planeta aqueceu tanto que já ferve, e, como a àgua, a única maneira de eliminar a ebulição é tirar a chaleira do fogão ou baixar o lume da mesma.....se fôr possível. Significa que, baixar o lume da chaleira que contém a água que ferve é mudar radicalmente os comportamentos humanos especialmente nos países onde eles são mais nocivos, mais poluentes....Os lobistas, os mercados logo dirão: nem pensar!!!! Isso afetará gravemente o crescimento económico dos países!!! Ora em nome dos interesses de uma duzia de pessoas que comandam 3 dezenas de empresas, e jogam com o medo, melhor não ter crescimento e ainda assim ter planeta, do que não ter planeta nenhum. Um dos princípios do direito do ambiente é, de facto, o princípio do poluidor pagador. Porém, este princípio não tem impacto nenhum na globalidade do mal, ou do dano, para ser juridicamente mais concreto, que pessoas e empresas fazem ao mundo. Precisamos de recursos para viver, para sobreviver sim, todos os dias....Água potável, energia eletrica e combustivel, mas o desequilibrio do impacto ambiental é tão grande entre individuos ricos e pobres, entre países ricos e pobres que é assustador. Tenho para mim que os comportamentos só lá vão, só mudam, efetivamente, quando se vai ao bolso das pessoas....E, num mundo de recursos finitos e população a aumentar, o que se adivinha? Um encarecimento já se si óbvio do custo de vida das pessoas. Assim, entre a utilização de energias poluentes e a utilização de energias não poluentes há todo um mundo ciêntífico a explorar, porquê? Porque a dependência das energias poluentes é esmagadora e os seus detentores tão forte que é muito difícil ela acabar e por outro, toda uma panóplia de possibilidades de descoberta e aplicação das energias não poluentes já existentes e possíveis de nascer mas com custos elevadíssimos, que o futuro será e continuará a ser a chaleira a ferver sem se baixar o lume.... Tirar a lareira do fogão implicaria, por milagre, o que até poderia acontecer, o rompante de uma revolucionária descoberta científica de rápida utilização e aplicação geral  à escala planetária. Escrevi aqui à data: O Acordo de Paris é mais um flop, só conversa. Não me enganei. Ao fim da COP 28 vejo que o mundo está doente, tem consciência que está doente mas não fará nada para se curar....Um pouco como os diabéticos que comem doces....Que se lixe.....O egoísmo pessoal e individual é enorme. A par disto uma grande hipocrisia e muitas guerras. A da Ucrânia, por exemplo....Recursos naturais....Os políticos comandam os destinos da humanidade para o precipicio.. Obviamente que existe um assédio do mundo ocidental para com os países ricos em recursos naturais poluentes ou não poluentes...A constante ingerências dos Estados Unidos em quase todas as partes do mundo sempre se deu precisamente por causa disto... A também tentativa de condicionamento e frustração posterior dos europeus quando Lula disse: "A Amazónia é dos Brasileiros" é também um sintoma dessa hipocrisia. Compreendo os dois lados. Por um lado, os Brasileiros. Por outro, os europeus, iludidos nos seus ideais de que a amazónia é o pulmão do mundo e temos de cuidar do meio ambiente e blábláblá mas depois são mais poluidores do que os de lá??? Qual é a coerência? Qual é a autoridade? Nenhuma. Absolutamente nenhuma. Infelizmente ainda não temos ferramentas mundiais suficientemente coercivas para impor ao mundo uma mudança de comportamento que permitisse sair do estado de ebulição...resta rezar por um milagre....

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